2006/04/24

 

Ziraldo

“A história é a seguinte: eu acho que eu tive uma boa quantidade de professores inesquecíveis. A minha primeira professora foi fantástica. Chamava-se Dona Cat, de Catarina. Era uma menina de 16 anos, e a gente chamava ela de Dona Cat. Ela era libertária, porque, na verdade, era uma criança. Ela queria era se divertir na sala de aula, e a gente se divertia com ela. A gente lia muito, aprendeu a ler com muita facilidade porque ela gostava muito de ler e nós todos da escola também aprendemos a gostar.

Na minha época, a Helena Antipof veio pra Minas Gerais. Ela é uma discípula do Claparède e veio fazer uma reforma no ensino. Ela usou uma coisa que as escolas, o Ministério de hoje, não se lembra, que são os monitores, para monitorar as propostas novas de ensino. Quer dizer, em vez de mandar folheto, mandar bilhete, mandar filme, mandava tudo isso, mas mandava também uma professora para aplicar tudo, para ensinar, para renovar o ensino de cada pequena cidade.

Lá em Caratinga (MG), foi uma moça chamada Dona Glorinha d’Ávila, uma mulher maravilhosa também, que foi fundamental na mudança de estrutura do ensino da minha cidade e que acabou sendo expulsa de lá — todas as duas — porque eram muito revolucionárias para o conservadorismo de Minas naquela época.

Depois foi o ginásio e vieram os professores. Aí tem um garoto também na casa dos vinte e poucos anos... E a gente se lembra deles com uma alegria muito grande. O professor marca muito a vida da gente, sabe? É mais fácil nomear quem você esqueceu do que os que você não esquece nunca.”

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